Nana e Hell fizeram um pacto de sangue.
As duas são seres mágicos, vocês sabem. Foi Nana quem fez a sugestão, deixando claro para Hell, desde o início, o significado eterno desse antiquíssimo ritual. E Hell aceitou prontamente.
Não havia hesitação alguma nos olhares significativos que as duas trocaram.
As duas foram então para um lugar mais isolado do bosque, onde o chão era de pedra e tudo ao redor estava cercado por árvores, que comemoravam a chegada da primavera derrubando pétalas, flores e folhas no chão onde as garotas estavam.
“É coincidência estarmos fazendo isso logo no primeiro dia da primavera?”
“Coincidências não existem, Hell.” Nana respondeu com um discreto e misterioso sorriso.
A fada fez então um corte profundo na palma da mão da vampira.
Entregou a pequena e afiada adaga para ela, e recebeu um corte de igual profundidade.
Deram as mãos, deixando que seus sangues se misturassem.
Nana comandava o ritual, afinal a “bruxa” ali era ela. Hell manteve os olhos fechados também, repetindo mentalmente cada palavra de Nana, como um eco em sua cabeça.
Nana pedia força e amparo de todas as bruxas, feiticeiras, e mulheres sábias que já haviam nascido e morrido ali naquele planeta. Invocava o feminino, e fazia juramentos em nome do sangue de ambas que ali estavam se tornando um só.
Podiam sentir a energia forte que as cercava, e toda a natureza ao redor parecia estar as acompanhando durante o ritual. O vento jogava muitas flores para onde estavam, e uma chuva fina começava a refrescá-las naquela tarde quente.
Terminado o processo, elas abriram os olhos simultaneamente.
Se encararam em silêncio, e sorriram.

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