sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

43. [especial] A Criação de Helleh


Helleh e alguns seres que conhecemos como mitológicos vieram da mesma dimensão. Diversos "deuses" egípcios e gregos eram dessa dimensão, e por isso ficou sendo conhecida como "Dimensão dos Deuses", ou "Planeta dos Deuses".
Ninguém sabe exatamente como ela foi criada, nem ela mesma. Mas por lá contava-se um história que é provavelmente real...

Conta a lenda que Hades desejava uma arma realmente poderosa, capaz de eliminar tudo que o atrapalhasse a alcançar seus objetivos. E assim, ele esperou que houvesse uma batalha realmente sangrenta para realizar certo ritual.
Quando o dia chegou, Hades reuniu todo o sangue derramado durante a batalha, e desse sangue de guerreiros Helleh foi criada. Isso talvez explique a “fixação” que ela tem por sangue. Pois Helleh nunca foi mordida por vampiro algum, e nem é capaz de transformar ninguém. E também não precisa de sangue para sobreviver, apenas aprecia seu gosto. "Vampira" acabou então sendo um apelido.

Helleh vivia no Tártaro. Basicamente só saia para cumprir as ordens de Hades.
No entanto, o plano do deus dos mortos deu terrivelmente errado. Pois Hell criar uma consciência própria não estava previsto, ela supostamente seria apenas uma arma poderosa em forma humana.
E essa tal consciência desenvolvida era extremamente imprevisível e desequilibrada. Helleh sempre desobedecia ordens, e certa vez chegou a se voltar contra o próprio exército de Hades, destruindo-o no lugar dos inimigos do deus. E ela provavelmente fez isso apenas para saber o quanto ele conseguia se irritar.
Por fim, Hades desistiu dela e a deixou livre no mundo inferior. E assim a vampira levou uma vida entediante e sem muito significado até o dia em que viu as parcas prestes a cortarem o fio da vida de Cain¹, assim despertando seu interesse e fazendo-a ter, pela primeira vez, um objetivo.

Helleh sente intimamente que sua vida apenas começou quando conheceu Cain. Tudo que ocorrera antes parece mais ter sido um sonho estranho e muito distante...
Do qual ela mal consegue lembrar.

¹As parcas cortam o fio da vida de seres que estão prestes a ser mortos pelas mãos de seres da Dimensão dos Deuses. Cain era às vezes torturado por Sekhmet, o que fazia com que Helleh tivesse que impedir as parcas de cortarem o fio dele.


quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

42. [especial] CAIN'S NOTES #1

Foto antiga que ilustrou originalmente essa história.

Ainda lembro bem da primeira e única vez em que fui à Dimensão das Borboletas. Luke nasceria em uma semana, e foi quando Kratos percebeu que o garoto não poderia crescer sozinho. Ele tinha a tendência de se tornar muito agressivo, impaciente... Seria um grande problema. O dragão me disse que havia apenas uma única solução: Fazer com que Luke tivesse contato com uma filha de Borboletas. Filhas de Borboletas são seres calmos e pensativos, que podem completar perfeitamente a personalidade potencialmente conturbada de um filho de Dragões. Kratos me disse também que já tinha em mente quem seria a tal garota. Uma japonesa cujos pais estavam marcados para morrer na mesma noite em que ela nasceria.

Sendo assim, a mando de Kratos eu fui à dimensão das Borboletas.
E foi assustador.

Eu não enxergava nada, literalmente. Escuridão total em todas as direções.
Permaneci parado, com medo de cair, pois não via onde pisava. Acho que fiquei assim por quase um minuto... Até que ouvi uma voz fina, que gritou “Um demônio!”
“Demônio? SAIA DAQUI!”
“Vá embora, ser das trevas! VOCÊ NÃO É BEM VINDO!”
“VOLTE PARA O INFERNO!”
“Um demônio!”
Centenas de vozes, vindas eu não sabia de onde.
“E eu realmente gostaria de ir embora, vocês não fazem ideia do quanto.”, era o que eu tinha vontade de falar. Mas a verdade é que eu estava tão amedrontado que nada respondi de imediato.

“Eu... Eu vim em paz! Tenho uma mensagem do dragão Kratos!”, gritei para a escuridão.

“Kratos... Ele disse Kratos? O dragão azul?”
“Sim, o dragão...”
“Ele deve estar mentindo... VÁ EMBORA, SER AMALDIÇOADO!”
“VÁ!”

Eu já não aguentava mais, por momentos cheguei a ter medo de ter ficado realmente cego ao ter chegado àquela dimensão. As vozes não paravam, e eu continuava perdido no meio do nada.
Até que vi um par de asas azuis.

“Siga-me, querido...”, ouvi a voz vindo da direção das asas. A voz deste ser se sobrepunha às dos outros.

Ainda assustado, andei em frente. Seguindo a única coisa visível em meio às trevas que me cercavam.
Logo uma porta aberta e branca se tornou visível, e o par de asas (que eu já havia percebido ser uma borboleta de um azul brilhante) entrou no cômodo.
Eu entrei também, e a porta se fechou atrás de mim. Eu estava dentro de um ambiente simples, sem janelas e totalmente feito de madeira. Havia apenas uma cadeira também de madeira no meio dele. A borboleta havia se transformado numa mulher extremamente branca e magra, bem mais alta que eu. Ela tinha um corpo absolutamente reto, sem indícios de busto ou qualquer outra curva humana. Eu não saberia nem dizer se ela tinha pernas, pois estava usando um vestido que ia ate o chão, de um azul igual ao das asas da borboleta. E ela tinha cabelos lisos que também iam até o chão, brancos como sua pele e olhos.

“Desculpe as minhas filhas e irmãs, são muito novas e desconfiadas. Com o passar dos séculos com certeza se tornarão boas fadas.”, ela sorriu de forma tranquilizadora. Eu me sentia um pouco perturbado pela aparência surreal dela, mas não me sentia ameaçado como antes. “Belo demônio... Você não queria ter sido transformado, não é? Mas pare de se odiar, por favor. Isso te faz muito mal. Você foi vítima de várias situações, mas finalmente sua vida irá melhorar, com o nascimento daquelas crianças terráqueas. Você será amado, como sempre quis. Não se preocupe, querido. Você existe para ser feliz, assim como qualquer outra criatura e em qualquer dimensão. Tudo vai dar certo.”, ela sorriu novamente.

Não percebi de imediato, mas eu estava chorando. A voz de tom indescritivelmente terno, o modo como ela podia me ler e me compreender... Sim, eu chorei naquele momento. Eu carregava pouco mais de um século e meio de angústia e incertezas, e pela primeira vez alguém me entendia e consolava.

“O... Obrigado...”, consegui responder. Ela me indicou a cadeira com os longos dedos brancos, e eu sentei em frente a ela.

“Pode me contar o que Kratos precisa que eu faça.”

“Bem... Não sei se a senhora sabe, mas ele pretende salvar um humano que está para nascer.”

“Sim, eu sei. Ele sempre quis ser pai.”, ela sorriu.

“Mas ele descobriu que essa criança vai precisar ter contato com uma filha de Borboletas, senão...”

“...Senão o equilíbrio de ambos não será estabelecido. Entendo.”

“Na mesma noite que esse menino nascer, nascerá também uma menina no Japão. Daqui a uma semana terráquea. Ela tem todo o potencial necessário para se tornar uma ótima fada.”

“Kratos sabe como animar as coisas. Isso vai causar uma grande repercussão nas dimensões, e espero que ele esteja preparado para lidar com o próprio irmão.”, na época eu ainda não entendia o que ela quis dizer com isso.

“Então aceita?”

“Absolutamente. Diga à Kratos que vejo um futuro brilhante. Há algo mais que precise ser dito?”

“Não.”

“Então você tem que ir. Devido à posição atual dos astros, cada dez minutos aqui correspondem a um dia na Terra. Agora as crianças nascerão em torno de três dias.”, eu já não me assustava mais com esse tipo de informação, estava acostumado com a loucura das relações de tempo interdimensionais.

“Certo... Você vai me fazer voltar à Terra?”

“Sim, querido... Ah, e não tenha uma má impressão da dimensão das Borboletas. É um lugar lindo, uma pena que você não seja capaz de enxergá-lo. Se eu soubesse de sua vinda, poderia tê-lo preparado para você o visse.”

“Tudo bem, acho que compreendo.”

“Agora, feche os olhos...”, eu a obedeci. Estava acostumado a vários métodos de entrada e saída de dimensões. Eu não tinha poder de me transportar desse modo sozinho, mas Kratos sim. Ele que me mandava para diferentes dimensões, com o objetivo de que o tempo para mim passasse extremamente rápido e eu não precisasse ficar mais de dois mil anos na minha dimensão, apenas esperando o nascimento de Luke e Nana.

“Respire calmamente. Ao inspirar, imagine que está inspirando uma névoa azul.”, senti as mãos dela dos lados de minha cabeça. Ela estava tocando em mim de forma tão suave que eu poderia nem ter percebido, caso não estivesse tão concentrado. “Quando você abrir os olhos, estará na dimensão em que nasceu. No planeta Terra. E não esqueça, querido... Você será muito feliz... E aquela vampira realmente te ama.”, eu podia sentí-la sorrindo docemente ao falar a última frase.

Eu me sentia entorpecido, num transe como nunca havia experimentado. Era quase como se eu houvesse pegado no sono.
Quando abri os olhos, estava deitado na cama do hotel onde eu havia me hospedado sob um nome falso. Liguei para a recepção perguntando que horas e que dia eram.
Como a fada dissera, faltavam três dias para o nascimento de Luke e de Nana.
E eu percebi que havia esquecido de perguntar o nome dela.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

41. [especial] HELL'S NOTES #1

Olá, gente digna que acompanha o blog! 
Vou postar hoje uma história que eu escrevi em agosto de 2011, quando eu tinha a ideia de fazer um projeto contando histórias do passado sob o ponto de vista de um personagem em específico. Essa história aqui é contada pela Helleh, e fala sobre uma vez em que ela foi visitar Cain no colégio interno inglês onde ele estudou com Luke e Nana.
Quem sabe, um dia, eu retome esse projeto de histórias do passado dos personagens. :)
_________________________________________________

Essa foto é velha e ruinzinha, mas foi a
que eu usei originalmente pra ilustrar essa história.

Lembro-me como se fosse ontem de uma das vezes em que fui ver Cain em Bullworth. Eu estava com a aparência de um pequeno pássaro vermelho. Coisa que não gosto, pois essa transformação me consome muita energia e fico cansada depois... Se pudesse, eu não me esconderia nunca.
Estava nevando e eu pousava num galho próximo à janela da sala onde os meninos estavam, para que pudesse observar Cain. Será que eu deveria me censurar por estar me sentindo atraída por Cain mesmo que ele estivesse com aquele rosto e corpo infantis?
Tanto faz. Como se eu fosse me importar com o que seria considerado certo ou errado...

Mas era meio estranho vê-lo assim. Eu já o conhecia há muito, muito tempo. E ele sempre com aquela mesma aparência de jovem adulto, a única coisa que mudava nele era a cor dos cabelos, que ia desbotando cada vez mais. No entanto, graças à magia do dragão que o pediu para que cuidasse de Luke, Cain havia assumido essa aparência mais jovem. E iria se desenvolver como um humano normal, até que chegasse à aparência da idade em que foi transformado em demônio. Será que ele estava curtindo a ideia de passar de novo pela puberdade?
Provavelmente não.

Por curiosidade (e tédio), decido concentrar-me no que está acontecendo dentro da sala. Cain já havia me explicado o que era um internato, e o que os humanos faziam lá. Eu achei tudo muito ridículo, sinceramente. Mas ao ver de perto aquele ambiente e as interações entre as pessoas, passei a considerar... Divertido.
Luke e Cain faziam uma prova, sentados em fileiras diferentes mas um do lado do outro. Luke tirou o cabelo da frente do rosto, irritado. Percebi que sua folha ainda estava quase toda em branco. Ele olhava para os lados disfarçadamente, tentava colar mas não parecia estar obtendo bons resultados. Cain, com seu cabelo curto e preto, fixava o olhar na folha e respondia tudo rapidamente.

- Ei... George! – Luke cochichou na direção de Cain, mas meu demônio pareceu não ter ouvido. – Olha pra cá, viado!

Cain levanta a cabeça e encara Luke.

- Número três, cinco, seis, sete, oito, e dez! – Luke murmurou. Cain revirou os olhos e lançou à Luke um olhar repreensivo.

- Três e sete é “A”... Na seis é “Triássico, Jurássico e Cretáceo”... Cinco... – Cain parou de falar, interrompido por uma professora furiosa que puxou sua prova violentamente.

- Francamente! George, eu esperava mais de você! E Luke, quando vai perceber que você só está se engando? – A mulher parecia detestar Luke. E detestar crianças.
Sério, porque ela virou professora?

- Haha, não tô me enganando não, professora... Eu sei que estou colando! – Luke respondeu debochado. E Cain apenas segurava o riso. A mulher tomou a prova de Luke também, quase rasgando a folha ao puxá-la.

- Como?! – Ela falou irritadíssima, levantando a voz. Todos os alunos já haviam parado de fazer a prova, e olhavam para Luke agora. Alguns aproveitavam o momento para colar.

- Tipo assim... O objetivo é enganar você, entende? – Luke falava com um sorriso que com certeza dava nos nervos da mulher. – E não a mim mesmo.

- JÁ CHEGA! Seu comportamento é indigno de se frequentar esta instituição!

- Vai reclamar com os meus pais! – Luke respondeu, também quase gritando.
Riu alto após ter falado, e podia ver Cain rindo também, atrás da professora. Ela sabia que Luke era um dos órfãos acolhidos, e portanto não seria expulso a menos que fizesse algo realmente grave.

- SAIA DA MINHA SALA!

- Ok, como a senhora quiser... Mas a sala é da sexta série, ok? Só tô avisando pra senhora não sair por aí falando besteira desse jeito... – Quase toda a turma ria enquanto Luke pegava a mochila e se dirigia à porta.

- Hm... Devo me retirar também, professora? – Cain perguntou calmamente.

- Saia agora. – Ela falou com a voz firme, tentando manter a pouca calma que lhe restava.

Foi engraçado, tive que admitir. Luke era uma criança popular que adorava chamar a atenção, eu o achava meio idiota mas até que simpatizava com o garoto. Cain era considerado um menino meio sério, mas parecia fazer sucesso não apenas por ser o melhor amigo de Luke Grimm, mas por ser considerado muito maduro pra idade, e acho que isso atraia aquelas menininhas. Nada com o que eu fosse me preocupar, afinal Cain tinha muitas e muitas décadas a mais que elas. E a falta de interesse dele por garotas que aparentemente tinham a mesma idade dele provavelmente o faria ser considerado gay no futuro. E eu acharia hilário.
Voei na direção de Cain antes que ele chegasse até onde Luke o esperava.

- Até com nove anos você é um demônio sexy, Cain. – Falei próxima ao ouvido dele.

- Eu tenho dez anos, ok? – Ele me respondeu, rindo.

- Até quando vou ter que ficar sem seu sangue?

- Até eu crescer o suficiente!

- Falando com quem? – Luke perguntou animado, correndo na direção do amigo.

- Sozinho, haha! Mas o que deu em você, hein? Sabe que aquela bruxa já te odeia!

- Ah, vamos ver até onde ela aguenta! Imagina se ela se descontrola e bate em mim? – Luke ria ao imaginar a situação. – Foi mal fazer ela tomar sua prova. Pensei que se ela visse, só eu ia me foder...

- Tudo bem, só faltava eu fazer duas... Um oito já é o suficiente!

- Para de se achar, quem disse que você vai acertar tudo que fez?!

- Duvida?

- Não! Já perdi dinheiro apostando que você não conseguia um dez na última prova de história!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

40. Brothers


O Louis de hoje nem parece mais o garotinho que chegou à casa da tia há dois anos, segurando na mão de sua gatinha recém transformada em humana.
Naquela época, ele era extremamente tímido, retraído. Parecia tentar ser invisível, ou no mínimo o menos incômodo possível. Usava roupas discretas de cores neutras e pastéis, e penteava o cabelo sempre bem arrumadinho.

Mas desde que viu Luke pela primeira vez, passou a admirá-lo. Virou um fã mesmo, e por algum tempo até mesmo tentava imitá-lo. Mas com a ajuda do próprio Luke, foi aprendendo a se soltar e a ser ele mesmo. 
Foi marcante pra ele o dia em que ganhou um moletom todo vermelho de Luke. Antigamente, usar vermelho nem passaria pela sua cabeça.

"E-essa cor n-não combina comigo... É muito chamativa, não fica bem em pessoas... Como eu.", ele provavelmente diria, com o rosto vermelho e sem conseguir te olhar nos olhos.

O Louis de hoje tem personalidade, atitude, e ideias próprias que não tem medo de defender.
Por isso mesmo, ultimamente tem tido discussões com Luke.
Talvez seja o modo que Louis arrumou de se impor diante de um amigo tão naturalmente dominante. Afinal, Louis não é como Cain. 

Mas a pior discussão foi a que ocorreu na manhã seguinte a uma noite onde Louis fora DJ na boate onde todos costumavam ir. Ter observado de longe o comportamento de Luke durante toda a noite o incomodou, e por isso resolveu dizer à ele o que pensava.

- Luke, queria só falar contigo uma coisa, sobre ontem. - puxou o assunto enquanto Luke lia Dragon Ball, deitado na rede que ficava entre duas árvores do bosque que cercava a casa.

- O que foi? - abaixou o mangá, já se sentindo um pouco irritado. 
Ele conhecia aquela expressão de Louis. 
Sentia que uma discussão se aproximava.

- Desculpa falar isso, é só que eu acho meio... Errado o jeito que você fica quando vai pra boate com o pessoal. - media as palavras.

Luke suspirou e o olhou de modo desafiador.

- Se fosse outra pessoa eu já teria respondido "foda-se", mas em consideração a você, me fala então que jeito é esse que eu fico, que é tão errado pra você.

- Cara, você tem namorada... Só acho meio falta de respeito com ela, ficar se exibindo tanto quando dança. Quer dizer, qualquer um que visse ia achar que você é solteiro.

Agora Luke realmente se sentia irritado.

- Por acaso me esfreguei em alguma mulher? Eu sequer dancei perto de alguém que não fosse algum dos meus amigos? E o mais importante: A Nana reclamou? Vai encher o saco do Cain, Louis. Ou será que você não viu que ele também foi dançar sem a Hell?

- Bem, o Cain não ameaçou fazer strip tease, nem tirou a camisa. - disse mais seriamente.

- Porra, Louis! Vai cuidar da sua vida, que tal?

- Você sempre tem que tentar agredir as pessoas que tentam falar sério contigo!

- A questão aqui é que você considera o seu relacionamento com a Marie perfeito, então acha que todo mundo tem que ser igual. Existem muitos tipos diferentes de casais e de relacionamentos, não tente me impor o seu!

- Isso não tem nada a ver comigo ou com a Marie! -aumentava o tom da voz também.

- Claro que tem! Você acha que vocês são um casal Disney perfeito, e acha que todo mundo tem que ser que nem vocês! Olha, eu fico muito feliz por vocês serem tão perfeitos assim, mas eu não sou você e a Nana não é a Marie.

- Luke, eu estou falando isso tudo pro seu bem. Na verdade, pro da minha tia. Você acha que ela fica confortável com você se exibindo sem parar, desesperado por atenção o tempo todo?! - já não media mais as palavras.

Antes de responder, Luke o olhou seriamente por um momento.

- Olha aqui, você não tem nada a ver com a gente. - respirou fundo a fim de se acalmar. - A Nana conhece o meu pior lado, ela acompanhou de perto a minha pior fase, me viu fazendo um monte de coisa que eu me arrependo muito hoje. Mesmo assim, a Nana me ama desse jeito mesmo. Se ela tiver algum problema comigo, ela mesma vem me falar. Porque nós já nos conhecemos há muitos anos, ela me conhece por completo, muito melhor que eu mesmo. Então não se mete, Louis. - levantando da rede, ele para ao lado de Louis antes de ir embora. - E mais uma coisa... Já encheu o saco essa história. Ultimamente você tá sempre querendo parecer melhor que eu. Você se acha mais correto, mais inteligente, mais tudo... Hora de começar a pensar se você ainda quer que eu seja seu amigo, porque não tá dando mais. - passa direto por Louis, deixando-o sozinho.

Os minutos passaram e Louis continuou ali, pensando em tudo que havia feito nos últimos tempos.

- Luke...! - disse por fim, ainda que soubesse que o outro não o ouviria.

Chorando, escondeu o rosto nas mãos, deixando seu corpo cair na grama.

- O que eu fiz... - murmurou entre soluços, sentado ao pé de uma árvore.


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

39. A Partir de Hoje


Acordei naturalmente, sem o som do despertador ou de alguém me chamando. Não que fosse incômodo ser despertado por Kratos, afinal ele sabia como fazer isso da melhor maneira possível...
Batendo na minha cabeça com um travesseiro e depois rindo da minha cara enquanto eu o xingo.

Mas voltando à parte onde acordei sozinho.
Estranhei não senti lo me abraçando. Era a primeira vez em semanas que eu acordava na minha cama sem vê-lo ou senti-lo.
Preguiçosamente abri os olhos e levantei a cabeça.

E qual não foi minha surpresa ao ver um grande urso de pelúcia ao meu lado, onde Kratos estava ontem à noite?

- Kratos, você não fez isso... – falei sozinho, já imaginando o significado daquilo.

Sentando-me o mais rapidamente que alguém ainda sonolento era capaz de fazer, puxei o invasor da minha cama para o meu colo.
Naquele momento eu não sabia bem o motivo, mas já sentia meus olhos começando a arder, antes mesmo de ler o que estava escrito num bilhete colado com durex na pata peluda do urso.

O nome dele é Teddy,
e a partir de hoje você vai ser feliz.

Apenas uma simples frase.
E como uma criança eu abracei aquele urso, chorando e escondendo meu rosto no pêlo macio dele.

- Yuudai? – ouvi a voz de Kratos atrás de mim, ele havia acabado de entrar no quarto e eu me senti extremamente envergonhado ao ser encontrado daquele modo.
Principalmente porque eu ainda estava nu. E acredite – com exceção de situações óbvias onde a nudez se faz necessária – eu não gostava de ser visto pelado, nem mesmo por Kratos.
Não sei porque sinto vergonha disso, mas sinto.

Não consegui respondê-lo, apenas o encarei com o rosto vermelho e molhado, ainda agarrado ao urso.

Kratos sorriu, e sentou na cama.

- Minha ideia não era te fazer chorar, desculpe. – disse sem graça, coçando a cabeça.

- Você... Como você lembrou disso? – não era o que eu gostaria de falar naquele momento, mas foi o que saiu. – Eu só te contei uma vez a história do urso...

- É que desde aquele dia quando saímos do hospital, eu fiquei com vontade de te dar um.

- Mas a gente... Ainda nem tinha nada naquela época. – enxuguei o rosto com as costas da mão, tentando me recompor.

- É... Mas acho que eu já estava apaixonado. – ele riu, e seu rosto corou.

A sinceridade de Kratos sempre me deixava admirado.
Eu gostaria de também conseguir falar as coisas com essa naturalidade, mas  havia algo como um bloqueio em mim, que sempre me impedia.

Por causa disso, eu não consegui nem respondê-lo na noite anterior.
Pela primeira vez, Kratos disse que me amava.
Eu não estava preparado para ouvir algo assim, estávamos no meio do sexo e naquele momento não eram exatamente pensamentos românticos que passavam pela minha cabeça. Agora sinto até mesmo vergonha ao admitir isso.

E o que aconteceu foi que eu não o respondi.

Mas eu o amava!
O “Eu também, Kratos” permaneceu entalado na minha garganta.
Compreensivo, ele me beijou para que eu não precisasse dar resposta alguma.

E o que mais me deixou desesperado, foi o pedido de desculpas que ele me deu antes de dormir. Constrangido, disse que não devia ter falado aquilo, “não tão de repente”.
Novamente, não o respondi.
O abracei, sendo isso o máximo que consegui fazer no momento.

Quem devia ter pedido desculpas era eu. Lhe pedi desculpas mentalmente por ser um idiota que não estava conseguindo responder, que fazia com que ele pensasse que seu amor não era correspondido.

E agora, no dia seguinte, ele me dava a maior demonstração de carinho que eu já havia recebido na vida (não que eu tivesse recebido muitas outras, me se tivesse, duvido que superassem esse momento).

Reunindo coragem e ignorando meu crescente constrangimento, soltei o urso e fui até Kratos.
Ia me sentar em frente à ele, mas Kratos me puxou para o seu colo e terminei por dar a volta em seu quadril com minhas pernas, cruzando-as atrás dele.

Eu o abracei, e me senti irritado comigo mesmo por não estar conseguindo parar de chorar.
Sentia as mãos dele nas minhas costas, gentis em contraste com o modo ridiculamente desesperado com o qual as minhas  agarravam a camisa que ele vestia.

- Kratos, eu também te amo... – disse próximo a sua orelha.

Virando o rosto, ele me encarou com o olhar surpreso e lábios entreabertos.

- Sério?

Sorri com a pergunta, não era o que eu esperava ouvir.

- Sim, sério. – toquei em seu rosto, acariciando com o polegar a cicatriz próxima a um de seus olhos.

- Eu... Estava preparado para não ser correspondido. – ele riu sem graça, e eu senti um forte e desconfortável aperto no peito ao ouvir suas palavras. – Mas...  Eu... –  parecia não encontrar palavras.
Percebi que ele sequer sabia como reagir. Pelo jeito, nem havia passado pela sua cabeça a possibilidade de eu amá-lo também.
E isso fez com que eu sentisse muita raiva de mim mesmo.

- Kratos, me desculpe por não conseguir ter te respondido ontem... Eu sou um idiota, não conseguia falar nada. Mas... Não duvide do quanto eu te amo! Até porque... Nunca falei isso antes pra ninguém.

Ele sorriu abertamente, chegando a mostrar os caninos afiados.

Joguei meu peso contra ele, derrubando-o de costas na cama.

- Muito obrigado... Muito mesmo. – eu disse.


*

Yuudai havia voltado a dormir, dessa vez agarrado no Teddy, usando-o como travesseiro.
Será que eu perderia meu lugar na cama?

Esse pensamento me fez rir sozinho, enquanto eu andava até a sala.

Peguei meu celular, e digitei rapidamente uma mensagem para Luke.

Ele gostou :)

Achei justo que Luke soubesse qual havia sido a reação de Yuudai, afinal foi ele que me ajudou a encontrar um urso de pelúcia de aparência clássica, e daquele tamanho. Luke me incentivou a dar esse urso desde a primeira vez que lhe contei que estava com vontade de fazer isso.

Notei que o celular havia vibrado, e lá estava a reposta.

EU SABIA POORRAAAA!!! :DD

Enviado por Luke às 12:34.

Hesitei um pouco antes de escrever a próxima mensagem.
Mas a verdade é que eu estava tão feliz, que queria muito compartilhar isso com ele.

Eu disse q o amava, e ele respondeu q me ama também :)

Não demorou nem um minuto para que a resposta viesse.

AEAEAEAEAEAEEEEEEEEEEEEEEE!!!!!!! \O/
PARABÉÉÉÉÉÉÉNS CARAAAAAA!!! vcs agora são definitivamente um casal!  XD
e um casalzinho meloso pelo q eu to vendo hein!! HASUASUHAUHH
mal posso esperar pra vcs contarem pra todo mundo e eu poder chamar ele de MAMÃE
HAUHASUASHHUH *rindo eternamente* 

Enviado por Luke às 12:36.

Esse idiota sempre me faz rir.
Mas a verdade é que não tenho pressa alguma em contar para todos o que está acontecendo. Não tenho medo de preconceitos, porque as pessoas que considero importantes com certeza nunca sentiriam isso.

Mas acredito que Yuudai não esteja pronto, então é melhor irmos ao tempo dele.

sábado, 1 de dezembro de 2012

38. Espelho


Ao chegarem no apartamento, mal esperaram a porta ser fechada para que voltassem a se beijar, dessa vez quase violentamente.

Kratos precisou interromper, recuperando o fôlego antes de falar.

- Cara... Você tá beijando um mendigo. Que nojo. – ele riu.

- Foda-se, é o mendigo mais gostoso que eu já vi. – riu também, ainda com a respiração descompassada, e com um olhar que indicava sua vontade de seguir adiante.

- Tá bom, mas deixa eu tomar um banho... – sorriu com o canto da boca, se afastando do outro.

Yuudai pensou em se oferecer para ir junto, mas lembrou-se da promessa que fizera a si mesmo sobre parar de insistir. Decidiu que deixaria Kratos à vontade para que fizesse as coisas a seu tempo.

Pressionou o pesço enquanto o inclinava para os lados, sentindo-o estalar.
Era assim que tentava recuperar a calma em situações do tipo.
Bebeu água, lavou o rosto... E jogou-se no sofá, ao lado do violino.

Olhou para o instrumento, ainda sem acreditar que havia realmente feito aquilo.
A vergonha que sentia ao lembrar era tanta que preferiu não pensar muito no assunto.
Mas havia valido a pena. O que importava era apenas que Kratos não se afastaria.

Ficou descansando no sofá por um bom tempo, olhando distraidamente para a televisão desligada.
Pegando o violino, foi até o quarto para guardá-lo novamente.

Percebeu que a porta estava fechada, e por isso deu duas batidas nela.

- Espera, acabei de sair do banho... – ouviu a voz de Kratos vindo de dentro.

Já fazia algum tempo desde que Kratos havia começado a usar o banheiro da suíte.
Digamos que é um privilégio especial, adquirido pelo hóspede quando o dono da casa se apaixona por ele.

- Certo, avisa quando sair do quarto. – Yuudai respondeu. Ia virar de costas para a porta, a fim de voltar para a sala, quando ouviu a voz do outro novamente.

- Yuudai...

- O que foi? – não recebeu uma resposta de imediato. – Tem alguma roupa que você quer que eu pegue aqui pra você?

- Não. – ouviu do outro lado da porta. – Pode entrar.

Yuudai sabia que aquela não era a voz normal de Kratos.
Ele parecia inseguro.

Ao abrir a porta, encontrou o outro de frente ao espelho de corpo inteiro pendurado na parede, com a toalha lhe cobrindo as costas. Ele segurava as pontas dela na frente, desse modo ficando totalmente envolto.

“Eu devia comprar toalhas mais curtas.” Foi o pensamento pervertido de Yuudai, que por um momento amaldiçoou as toalhas grandes (e caras) que tinha em casa.

Kratos o olhou pelo espelho. Estava anormalmente sério.

- O que foi? – Yuudai perguntou.

- Você tem certeza que quer ver?

Yuudai então entendeu finalmente qual era a situação.

“Sim, eu quero muito!” era o que seu interior gritava.
Mas... Kratos não parecia nada confortável.

Aproximando-se por trás do outro, o abraçou sem se importar com a toalha molhada entre eles.

- Só se você quiser, Kratos.

Ainda hesitante, o dragão respirou fundo antes de soltar a toalha, que segurava em frente ao peito.
Para sua surpresa, Yuudai agarrou a toalha e a manteve no lugar.

- Você tem certeza que quer mostrar? – perguntou sorrindo.

Kratos sorriu também, ao ver sua pergunta própria pergunta sendo devolvida.
Acenou afirmativamente com a cabeça e Yuudai soltou a toalha, afastando-se um pouco das costas do outro para que ela caísse de vez no chão.

Kratos se olhava no espelho, sério e aparentando desgosto com a imagem que via.
Com as sobrancelhas franzidas, encarava a enorme cicatriz que atravessava o seu peito. Ela era realmente grande, e um pouco funda. Passava por cima de um dos mamilos, distorcendo-o. Mas essa cicatriz não era a única, pois haviam várias outras provenientes de suturas pelo seu peito e abdomem, e pelas coxas e pernas também. Na direção da crista iliaca, havia uma cicatriz de queimadura muito semelhante à das costas.

Por sinal... O que mais chamava a atenção eram as costas.  Toda ela era coberta por cicatrizes de queimaduras, que se extendiam até a parte de trás dos braços, e chegavam até mesmo às nádegas. 

Com certeza Yuudai jamais havia imaginado que eram tantas assim.
E foi impossível que não se surpreendesse ao ver tantas marcas.

Kratos olhava para o chão, aguardando apreensivamente a reação de Yuudai, que o olhava da cabeça aos pés através do espelho, e também para para a parte de trás do seu corpo.
O peito de Kratos subia e descia mais rápido que o normal, enquanto ele tentava controlar o nervosismo, tentando manter a respiração calma.

Yuudai não ficou o analisando por muito tempo, afinal sabia o quanto isso era desconfortável para o outro.

Livrou-se rapidamente da própria camisa e a jogou no chão, a fim de sentir do melhor modo possível a pele de Kratos ao abraçá-lo novamente.


Não tirava os olhos do espelho à frente, e ali os olhares de ambos se encontravam.
Suas mãos acariciavam a enorme cicatriz do peito do outro, enquanto ele sentia a aspereza das costas com a própria pele.
Mas aquilo não o incomodava.
A felicidade que sentia por estar finalmente sentindo aquele calor anormal diretamente da pele de Kratos fazia com que se sentisse em seu próprio paraíso.

De olhos fechados, Kratos sentia-se mais aliviado que nunca.
Mal acreditava que a primeira reação de Yuudai havia sido abraçá-lo, mesmo que tivesse acabado de descobrir o quanto sua pele era “deformada”.

- Yuudai... Você... Não se importa mesmo? – perguntou baixinho, sentindo as mãos de Yuudai explorarem tudo que alcançavam.

- Você é perfeito, Kratos. Perfeito... – disse em seu ouvido.

Kratos mordeu o lábio, contendo uma vontade de chorar que considerou ridícula, mas que não conseguiu evitar por muito tempo.


A partir daí, tendo sido empurrado para cima da cama, Kratos sentiu na pele a sinceridade da paixão que Yuudai declarou ter por ele e por seu corpo imperfeito.

Aquela manhã iniciava uma nova fase na vida de ambos.

Agora, não tinham mais como voltar atrás.
E mesmo que tivessem,  não iam querer. 



_______________ Extra: Histórias por trás das Marcas _______________


 
Ambos estavam deitados na cama.
Yuudai, um pouco mais abaixo, usava o braço de Kratos como travesseiro.

- Da onde foi essa? – Yuudai seguia a extensão da cicatriz do peito do outro, delicamente com os dedos.

- Uma das lutas mais difícieis... Eu era jovem e idiota, pensava que era o dragão mais forte e que poderia vencer qualquer um. Até que um dragão de um clã rival me arrebentou... Ele usava uma espécie de espada, e foi com ela que fez isso em mim. – levantou o braço que estava livre e mostrou algumas outras. - A maioria das cicatrizes de suturas que eu tenho foram dessa luta que quase me matou. Mas ela foi muito importante, me fez abrir os olhos e a partir de então eu treinei feito louco...

- Quem fazia essa suturas? Tinha algum médico lá?

- Alguns seres de outros planetas viviam no Planeta dos Dragões. Dentre eles, um grupo de fadas... Sim, fadas igual sua irmã. – sorriu. – Elas que remendavam a gente.

- E essa aqui... É o que eu estou pensando? – apontou para uma que ficava pouco acima do cotovelo do braço direito. Era uma cicatriz estranha,  funda e que dava a volta no braço.

- Se você está pensando que eu perdi esse braço e ele foi costurado de volta no lugar... Você está certo. – ele riu do olhar espantado de Yuudai.

- Como assim?! Seu braço realmente... Se separou do corpo?

- Sim. E mesmo depois de ter sido posto de volta no lugar, ficou meio diferente... Tenho bem menos força com esse braço do que com o outro.

Yuudai sentiu-se importante ao notar a confiança que estava sendo depositada em si.
Kratos, um guerreiro, estava lhe contando até mesmo seus pontos fracos.

- E essas queimaduras todas?

- Todas pelo mesmo motivo. Eu voava baixo, pouco acima dos dragões que corriam em terra... Meu estilo sempre foi esse. Mas isso fazia com que dragões inimigos que voavam mais acima conseguissem me atingir. Então eu constamente recebia jatos de fogo nas costas.

- Hm... E todo dragão usa espada, que nem aquele do tal clã rival?

- Cara... Você não tá com sono? – riu, um pouco cansado.

- Ah, desculpe. – sorriu, sentindo o rosto esquentar.
Não havia percebido que estava sendo chato.

- Tudo bem, não tem problema perguntar... – Kratos beijou sua cabeça antes de prosseguir. – Não, cada dragão tem o seu próprio estilo. Nem todos usam armas, até porque alguns, como eu, não tem habilidade alguma em lutar usando instrumentos.

- Então qual o seu estilo? – perguntou.
Não disfarçava a curiosidade, perguntava algumas das coisas que sempre quis saber.

- Corporal. Me chamavam de monstro... – riu, lembrando os velhos tempos. – Não sou muito rápido, mas sou extremamente forte. Minhas táticas não eram nada complexas... Consistiam basicamente em meter a porrada, e arrancar braços e cabeças dos inimigos com as próprias mãos.

- Que ignorância. – Yuudai comentou, balançando a cabeça em desaprovação.

Os dois riram.
Pareciam estar tendo uma conversa normal, embora qualquer pessoa que ouvisse o que falavam fosse pensar que haviam se drogado.