Tentando esfriar a cabeça e parar de pensar um pouco na provável morte do pai, Luke andava sozinho por volta da área próxima à sua casa.
Até que sente uma perna mais pesada que a outra.
- Mas o que...? Que porra é essa!!? – se assusta ao ver uma criança agarrada em sua perna. – Sai... Sai daí! – ele disse enquanto tentava soltá-la, mas a menininha parecia ser mais forte que o normal, e continuava o segurando.
Por fim, Luke acabou rindo da situação, e sentou numa pedra.
- Então... Você vai ficar aí, garotinha? – ele perguntou sorrindo. E ela apenas balançou a cabeça afirmativamente. – Porque? Você quer ir pra minha casa, é? – ela novamente fez que sim. – Mas onde está sua mãe? Ou pai, sei lá... – ela apenas o olhou com uma expressão confusa.
Luke olhou ao redor, mas não havia ninguém.
Como estava difícil andar, resolveu continuar sentado, e gritou “Alguém aí?! Tem um criança aqui!”, não obteve resposta.
- E agora, hein? – disse olhando pra ela, e a menina apenas sorriu. – Você é fofa! Será que a Nana me deixa ficar contigo? Ah, vamos! Você vai gostar do pessoal lá. – ele disse com um enorme sorriso, e a garota o soltou.
Luke a pegou no colo, de forma um tanto desajeitada.
Ele parecia pensar que estava carregando um saco de batatas, mas a menina ficou rindo.
E, surpreendentemente, Luke conseguiu leva-la até a casa sem que ela caísse.
Quando Luke chegou em casa segurando a criança, atraiu a atenção de todos, e nos primeiros segundos, ninguém conseguiu pronunciar nada.
- Erm... Surpresa? – ele disse, rindo.
E Nana sentiu um alívio profundo ao ver como Luke estava. Ele deprimido era igual a baixar o astral de toda a casa, mesmo que Merlot, Louis e Marie não soubessem o motivo de Luke ter passado dias tão desanimado.
Após uma breve explicação de Luke sobre como a garota surgiu totalmente do nada, numa área deserta onde só havia ele mesmo, Nana de repente pareceu ter entendido algo.
- É isso! Há muitos meses, recebi um comunicado de uma fada na reunião, não sabiam a procedência da mensagem, mas o que ela dizia era que eu teria que cuidar de alguém. Que esse alguém ia aparecer sem explicação aparente, e que nós que moramos aqui teríamos que tomar conta.
E assim, improvisaram rapidamente alguns panos e travesseiros na tentativa de criar uma lugar confortável para a menina, que dormiu imediatamente.
Ainda estavam surpresos, mas a verdade é não havia ninguém na casa que não parecesse estar gostando da ideia de cuidar daquela garotinha simpática.
*
Horas depois, Nana e Hell passeavam com a menina.
- A verdade é que já faz algumas semanas que eu estou sentindo a presença de uma criança. Pressenti a chegada dela... Mas eu não entendia bem, pois pensei que estivesse ligado à gravidez. E isso não faria sentido. – Nana comentou, enquanto a menina brincava com as rendas de sua blusa.
- E porque não faria sentido, minha cara borboleta? – Hell perguntou, levantando uma sobrancelha.
- Você não poderia estar grávida, porque não é humana e sequer tem um útero.
- Huhu, é verdade... – Helleh riu, pondo uma mão na frente da boca. – Mas o que eu quis dizer foi “Porque não poderia ser você mesma a estar grávida?”. Se me perdoa o comentário, nunca vi nem a sombra de uma camisinha nessa casa. E olha que a casa é pequena, não tem muito onde guardar ou esconder. – ela riu, e o motivo de estar rindo um pouco mais que o normal, era a garrafa que segurava.
- Hm... Não tem como eu e Luke engravidarmos, ele é estéril. – comentou tranquila.
- Ah, sinto muito... Eu acho. Bem, você não parece se importar, haha.
- E não me importo mesmo, nenhum de nós nunca quis ter filhos. E agora olha só, nós quatro, que tecnicamente nunca engravidaríamos, temos uma filha. – sorriu.
- Então essa menina agora tem duas mães e dois pais? Será que dá pra dois casais adotarem a mesma criança? Wow, isso é confuso! – arregalou os olhos, e tomou mais um gole.
- Nem tão confuso... Não é como se fossemos adotar de acordo com a lei, nem nada do tipo. Olhe bem pra nossa família, o Louis é “fugitivo” da casa dos pais, Marie e Merlot tecnicamente não existem, e agora uma criança simplesmente surgiu agarrada na perna do Luke. Vamos continuar apenas a falsificar documentações quando for necessário.
- Até o dia que nos prenderem como sequestradores de crianças, hahaha! – ela genuinamente achava graça da situação.
- Isso nunca vai acontecer, Hell. E você sabe. – sorriu docemente. – Porque não somos... Comuns.


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